Resumo:

Introdução: A relação mãe-bebê é a primeira estrutura humana que nos insere enquanto tal, é através do banho de linguagem ofertado pela mãe que se torna possível posteriormente adentrar na cultura. Assim, essa díade se mostra fundamental para a sobrevivência e desenvolvimento do bebê, garantindo cuidado, afeto e integração ao meio familiar e ao mundo. Tamanho trabalho precisa de um suporte que dê sustentação para essa realização, essa seria a função paterna. Esta é essencial para, dentre tantos fatores, o rompimento da simbiose entre mãe e bebê, delimitando a separação dos dois em sujeitos independentes na sociedade, favorecendo a diferenciação e a segurança de ambos. Objetivo: Analisar as implicações da ausência de figura paterna na díade mãe-bebê, tanto pelo ponto de vista materno da sobrecarga do papel feminino, quanto pelo viés da formação do indivíduo e seus desdobramentos. Metodologia: A Psicanálise propõe uma forma singular de pesquisa, que considera o leitor como terceiro essencial no processo. O método parte do inconsciente e da lógica subjacente às relações, destacando a repetição como indício estrutural. Este manuscrito adota vinhetas clínicas para abordar a ausência paterna, por permitirem intervenções mais precisas e conexões com outros casos e também com a literatura disponível. Resultados e Discussão: Ficou evidente com a exemplificação dos casos e a correlação teórica, as consequências emocionais, psicossociais e cognitivas da ausência paterna, tanto para as crianças quanto para as mães. Além disso, percebeu-se as possíveis raízes da ausência paterna pelo ponto de vista dos pais e da construção sociohistórica do papel de pai. Considerações Finais: Destarte, a ausência paterna impacta o comportamento infantil e leva a criança a cobrar da mãe a função paterna. São necessários mais estudos para entender como amenizar esse impacto no nível individual e social.