Resumo:

Resumo: A mortalidade materna permanece como um desafio significativo para a saúde pública no Brasil, refletindo tanto falhas assistenciais quanto desigualdades estruturais persistentes. Este estudo teve como objetivo analisar as principais causas evitáveis e estratégias de enfrentamento da mortalidade materna no país. Realizou-se uma revisão narrativa da literatura, com buscas nas bases SciELO, LILACS, BVS e PubMed, contemplando artigos publicados entre 2000 e 2023. Foram incluídos estudos originais, revisões, análises epidemiológicas e documentos técnicos com foco no contexto brasileiro. Os resultados apontam que a maioria dos óbitos maternos decorre de causas obstétricas diretas, especialmente doenças hipertensivas da gestação, hemorragias e infecções puerperais, amplamente preveníveis por meio de assistência qualificada no pré-natal, parto e puerpério. Além dos determinantes clínicos, evidenciam-se desigualdades regionais, raciais e socioeconômicas que aumentam o risco entre mulheres negras, de baixa escolaridade e residentes nas regiões Norte e Nordeste. As estratégias de enfrentamento envolvem o fortalecimento da atenção primária, ampliação do acesso, protocolos clínicos baseados em evidências e melhoria dos sistemas de informação. Conclui-se que a redução sustentável da mortalidade materna exige intervenções clínicas qualificadas e políticas públicas equitativas, com foco na justiça social e na garantia do direito à saúde.