VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA E SAÚDE DA MULHER: DESAFIOS PARA A HUMANIZAÇÃO DO PARTO
Resumo:
O presente artigo tem como objetivo analisar a violência obstétrica como fenômeno que compromete a saúde da mulher e discutir os desafios para a efetivação da humanização do parto. Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, realizada em bases nacionais e internacionais entre 2021 e 2025, utilizando descritores em ciências da saúde relacionados a violência obstétrica, saúde da mulher e humanização da assistência. Foram selecionados 12 estudos que abordaram a prevalência de práticas abusivas, os fatores de risco associados, os impactos físicos e psicológicos e as estratégias de enfrentamento propostas. Os resultados indicaram que a violência obstétrica manifesta-se em diferentes formas, como intervenções sem consentimento, abuso verbal, negligência e discriminação, com prevalência significativa tanto em cenários internacionais quanto no Brasil, onde pesquisas revelaram índices alarmantes de intervenções abusivas em partos hospitalares. As consequências incluem ansiedade, depressão, baixa autoestima, transtorno de estresse pós-traumático e recusa em buscar assistência institucional em partos futuros. A análise evidenciou ainda que a humanização do parto, fundamentada em práticas baseadas em evidências, consentimento informado, comunicação respeitosa e protagonismo da mulher, constitui estratégia central para superar as desigualdades estruturais e reduzir os danos associados. Conclui-se que enfrentar a violência obstétrica exige articulação entre políticas públicas, formação ética e técnica dos profissionais e participação social, garantindo o parto como experiência de cuidado, dignidade e respeito.
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