Resumo:

 Este estudo teve como objetivo sintetizar desafios e oportunidades contemporâneos da saúde mental no mundo e no Brasil, com ênfase em prevalência, lacunas assistenciais e caminhos de melhoria. Realizou-se revisão  recente e clássica sobre carga global de transtornos, idade de início, efeitos da COVID-19, estigma, financiamento, políticas públicas, Reforma Psiquiátrica brasileira e rede de cuidados comunitários, incluindo CAPS e integração na Atenção Primária. Os principais achados indicam alta carga de depressão, ansiedade e outros transtornos, início precoce na adolescência/vida adulta jovem, e uma lacuna de tratamento superior a 50% em diversos contextos; a pandemia ampliou sintomas e demanda. No Brasil, a Reforma Psiquiátrica impulsionou serviços comunitários, porém persistem subfinanciamento, desigualdades regionais e integração insuficiente com a APS e serviços sociais. Como oportunidades, destacam-se a expansão de intervenções baseadas em evidências, ações antiestigma, uso responsável de telessaúde e tecnologias digitais, e políticas que abordem determinantes sociais. Conclui-se que fortalecer a RAPS, integrar cuidados na APS, investir em recursos humanos e tecnologias seguras, e orientar-se por evidências e direitos humanos são medidas essenciais para reduzir iniquidades e melhorar desfechos em saúde mental.