Resumo:

INTRODUÇÃO: As hérnias abdominais constituem uma das condições cirúrgicas mais prevalentes, com elevado impacto sobre qualidade de vida e custos em saúde. A evolução das técnicas minimamente invasivas nas últimas décadas transformou o tratamento, especialmente em relação às abordagens laparoscópicas. OBJETIVO: Analisar comparativamente os desfechos clínicos, funcionais e econômicos das abordagens laparoscópicas e abertas no manejo cirúrgico das hérnias abdominais, com base em estudos publicados nos últimos sete anos. METODOLOGIA: Revisão narrativa de literatura nas bases PubMed e SciELO, incluindo ensaios clínicos, coortes e revisões sistemáticas publicados entre 2017 e 2024, priorizando evidências relacionadas a dor crônica, complicações, tempo de recuperação, recidiva e custos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os estudos apontam que a laparoscopia reduz significativamente a dor crônica e as complicações de ferida, além de favorecer recuperação mais rápida e retorno precoce às atividades, sobretudo em hérnias inguinais. Em hérnias ventrais e incisinais, observa-se menor taxa de infecção na via laparoscópica, embora com maior incidência de seromas. As técnicas abertas, por sua vez, mantêm relevância em hérnias complexas ou de grandes dimensões, especialmente com o advento de reparos retromusculares. O impacto econômico mostra-se variável: a laparoscopia apresenta maior custo intraoperatório, mas tende a ser custo-efetiva em longo prazo. A cirurgia robótica desponta como inovação promissora, ainda sem evidência robusta de superioridade. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A escolha da via cirúrgica deve ser individualizada, considerando características do paciente, do defeito herniário e dos recursos disponíveis. O futuro aponta para integração equilibrada entre técnicas abertas e minimamente invasivas, com foco em segurança, eficácia e qualidade de vida.