A presente revisão narrativa teve como objetivo examinar criticamente o cuidado centrado na pessoa enquanto estratégia para qualificar a saúde pública, identificando seus benefícios, desafios e implicações para a organização dos serviços. A pesquisa foi conduzida em bases de dados como SciELO, PubMed/MEDLINE, Web of Science e Biblioteca Virtual em Saúde, abrangendo publicações de 2019 a 2025. Foram selecionados estudos que abordassem experiências, intervenções e modelos assistenciais orientados para a centralidade do indivíduo em contextos de atenção primária, manejo de condições crônicas, resposta a emergências e populações vulnerabilizadas. A análise evidenciou impactos positivos na adesão terapêutica, na comunicação paciente-profissional, na coordenação intersetorial e na utilização racional de recursos, bem como na redução de estigmas e barreiras de acesso. Contudo, persistem desafios relacionados à infraestrutura, à capacitação das equipes e à ausência de métricas que avaliem dimensões subjetivas do cuidado. Conclui-se que a consolidação desse modelo requer políticas transversais que incorporem participação comunitária, escuta qualificada e monitoramento contínuo, de modo que a personalização da atenção se traduza em mudanças concretas nos resultados e na experiência em saúde.