Resumo:

INTRODUÇÃO: A depressão resistente ao tratamento (DRT) representa um desafio clínico significativo, afetando até 30% dos pacientes com depressão maior. Diante da limitação das terapias convencionais, a estimulação cerebral não invasiva (ECNI), incluindo a estimulação magnética transcraniana repetitiva (rTMS) e a estimulação transcraniana por corrente contínua (tDCS), surge como alternativa terapêutica promissora. OBJETIVO: Analisar a eficácia, segurança e aplicabilidade clínica da ECNI no tratamento da depressão resistente ao tratamento clínico. METODOLOGIA: Trata-se de revisão integrativa da literatura baseada em publicações indexadas nas bases de dados PubMed e SciELO, em inglês e português, entre 2019 e 2025. Foram incluídos ensaios clínicos randomizados, revisões sistemáticas e metanálises. Excluiu-se as duplicatas, artigos pagos e artigos que não se relacionassem diretamente com o tema, resultando em x documentos selecionados que contribuíram para o presente estudo. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os estudos evidenciam duas principais técnicas de ECNI utilizadas atualmente no tratamento da DRT : estimulação magnética transcraniana repetitiva (rTMS) e a estimulação transcraniana por corrente contínua (tDCS). A rTMS demonstrou eficácia consistente, sobretudo quando aplicada no córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo, apresentando perfil de segurança favorável e manutenção dos efeitos a médio prazo. A tDCS mostrou resultados mais heterogêneos, com maior efetividade quando associada à farmacoterapia. Ambas as técnicas registraram eventos adversos leves, reforçando sua tolerabilidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Apesar de limitações metodológicas e da escassez de estudos de longo prazo, as evidências apontam que a ECNI constitui estratégia inovadora, segura e potencialmente eficaz para DRT. Destaca-se a necessidade de ensaios multicêntricos na América Latina para consolidar a aplicabilidade dessas técnicas no contexto clínico.