O Programa Nacional de Imunizações (PNI), criado em 1973, consolidou-se como uma das principais políticas públicas brasileiras, responsável pela erradicação da varíola, eliminação da poliomielite e redução de diversas doenças imunopreveníveis. No entanto, no século XXI, enfrenta desafios como a queda das coberturas vacinais, a hesitação vacinal e a disseminação de informações falsas, que ameaçam conquistas históricas na saúde coletiva. O objetivo desse estudo é analisar os avanços, retrocessos e perspectivas do PNI no contexto das políticas públicas de saúde. Para isso foi realizado uma revisão narrativa de literatura, realizada por meio da análise de artigos científicos, dissertações, e documentos oficiais. Foram utilizadas as bases SciELO, BVS, PubMed e Google Scholar. Os achados demonstram que o PNI mantém um dos calendários de vacinação mais completos do mundo, com cerca de 20 vacinas disponibilizadas gratuitamente em diferentes fases da vida. Entretanto, desde 2016, as coberturas vacinais vêm declinando, alcançando 52% em 2021, abaixo da meta de 95% recomendada pela OMS. Essa queda relaciona-se a desigualdades regionais, barreiras de acesso, desinformação e fortalecimento de movimentos antivacina. Iniciativas como o Movimento Vacina Brasil e estratégias de recuperação de coberturas vacinais revelam esforços de enfrentamento, embora ainda insuficientes para estabilizar os índices. Conclui-se que o PNI permanece como referência mundial em imunização, mas sua sustentabilidade depende do fortalecimento da produção nacional de vacinas, da valorização dos profissionais de saúde e do investimento em estratégias de comunicação e educação em saúde. A vacinação deve ser reafirmada como direito social e dever coletivo, essencial para a saúde pública no século XXI.