O presente estudo teve como objetivo analisar as transformações históricas nos conceitos de autonomia e justiça em saúde, desde a ética hipocrática até a bioética contemporânea. Trata-se de uma revisão narrativa de literatura, conduzida em bases nacionais e internacionais, como SciELO, PubMed, Google Scholar e LILACS, incluindo ainda documentos institucionais e oficiais. Foram considerados artigos científicos, livros, dissertações e teses publicados entre 2000 e 2025, em texto completo e disponíveis gratuitamente. A análise evidenciou que, embora a beneficência e a não maleficência tenham sido princípios centrais na tradição hipocrática, a bioética contemporânea ampliou o debate ao incorporar a autonomia do paciente e a justiça social como fundamentos essenciais. Além disso, a bioética expandiu seu campo de reflexão, incluindo questões ambientais, coletivas e intergeracionais, reafirmando a indissociabilidade entre saúde humana e sustentabilidade. Conclui-se que a bioética, sem romper com o legado hipocrático, ressignificou seus princípios diante das mudanças sociais, culturais e tecnológicas, consolidando-se como referência indispensável para a prática profissional, a regulação ética e a formulação de políticas públicas em saúde.