Resumo:

Introdução: Os cuidados paliativos pediátricos (CPP) configuram um direito humano essencial, visando atender às necessidades físicas, emocionais, sociais e espirituais de crianças e adolescentes com condições crônicas e progressivas, mas ainda encontram barreiras estruturais, culturais e profissionais para sua efetiva implementação. Objetivo: Analisar os componentes e práticas da abordagem interdisciplinar nos CPP, destacando seus impactos na qualidade de vida de pacientes e familiares. Metodologia: Realizou-se uma revisão narrativa da literatura em bases como PubMed, Embase, Scopus, Web of Science, CINAHL, SciELO e LILACS, abrangendo estudos publicados entre 2015 e 2025, complementada por busca manual. Foram incluídos artigos originais, revisões, diretrizes e relatos de experiência que abordassem crianças e adolescentes em condições crônicas/progressivas sob abordagem interdisciplinar. Resultados e Discussão: Os achados revelam que a atuação interdisciplinar é indispensável para integrar manejo de sintomas complexos, suporte emocional, comunicação eficaz e fortalecimento do vínculo familiar. Psicólogos, fisioterapeutas, médicos, enfermeiros e assistentes sociais desempenham papéis complementares, favorecendo decisões compartilhadas e reduzindo a sobrecarga dos cuidadores. O controle de sintomas como dor, dispneia e ansiedade, aliado ao suporte psicossocial, amplia a integralidade do cuidado. Contudo, desafios persistem, como carência de serviços especializados, insuficiência de equipes capacitadas e limitações no financiamento público, sobretudo em países em desenvolvimento. Considerações Finais: Conclui-se que a integração interdisciplinar fortalece a humanização e a efetividade dos CPP, sendo necessária a formulação de políticas públicas e estratégias inovadoras que ampliem seu alcance e garantam assistência digna e culturalmente sensível.