Resumo:

Introdução: Crianças que vivenciam violência doméstica, direta ou indiretamente, apresentam maior risco de atraso escolar, transtornos de ansiedade, depressão e dificuldades de socialização. Objetivo: Analisar, a partir de uma revisão narrativa da literatura, os principais fatores de risco e de proteção associados ao desenvolvimento infantil em crianças expostas à violência doméstica. Metodologia: Realizou-se pesquisa nas bases PubMed/MEDLINE, SciELO, LILACS, Web of Science e Scopus, incluindo artigos publicados entre 2004 e 2025, nos idiomas português, inglês e espanhol. Foram selecionados estudos originais, revisões e diretrizes que abordassem a exposição de crianças à violência doméstica e suas repercussões no desenvolvimento, sendo os dados extraídos e analisados de forma narrativa e temática. Resultados e Discussão: Identificaram-se como principais fatores de risco a exposição direta à violência, a saúde mental fragilizada dos cuidadores (especialmente a depressão materna), além de condições socioeconômicas desfavoráveis, que intensificam a vulnerabilidade infantil e perpetuam ciclos intergeracionais de adversidade. Por outro lado, vínculos afetivos seguros, suporte social, redes institucionais de proteção e características individuais relacionadas à resiliência foram destacados como fatores protetores capazes de mitigar os danos. Protocolos clínicos de avaliação e intervenções multiprofissionais mostraram-se fundamentais para a identificação precoce e para o cuidado integral. Considerações Finais: A compreensão dos fatores de risco e de proteção é essencial para subsidiar práticas interdisciplinares e políticas públicas efetivas que promovam a resiliência e assegurem o desenvolvimento saudável de crianças expostas à violência doméstica.