Resumo:

O rastreamento do câncer de mama e do câncer do colo do útero representa uma das principais estratégias de controle oncológico no âmbito da atenção primária, com impacto significativo na detecção precoce, na redução da morbimortalidade e na racionalização dos recursos do sistema de saúde. No entanto, diversos estudos evidenciam baixa adesão a esses programas, sobretudo entre mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Este capítulo tem como objetivo analisar a efetividade e a aderência aos programas de rastreamento dessas neoplasias, com ênfase nas estratégias adotadas na atenção primária à saúde. A metodologia consistiu em uma revisão narrativa da literatura, de caráter qualitativo e exploratório, com seleção de publicações indexadas entre 2015 e 2025 nas bases SciELO, PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde. Os resultados apontam que barreiras como baixa escolaridade, desinformação, dificuldade de acesso aos serviços e ausência de recomendação médica direta influenciam negativamente a adesão. Por outro lado, intervenções multifatoriais, uso de tecnologias da informação, educação em saúde e estratégias de auto-coleta demonstraram potencial para elevar significativamente a cobertura. Conclui-se que a efetividade dos programas depende da articulação entre políticas públicas, capacitação profissional e ações comunitárias sustentáveis.