ENTRE A CURA E O CONTROLE: A MEDICALIZAÇÃO DE CORPOS DISSIDENTES COMO ESTRATÉGIA DE NORMALIZAÇÃO NA SAÚDE PÚBLICA

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ENTRE A CURA E O CONTROLE: A MEDICALIZAÇÃO DE CORPOS DISSIDENTES COMO ESTRATÉGIA DE NORMALIZAÇÃO NA SAÚDE PÚBLICA
Palavras-chave Gênero e Saúde; Identidade de Gênero; Medicalização; Saúde Pública.

Resumo:

INTRODUÇÃO: A medicalização de corpos dissidentes tem sido uma estratégia recorrente no contexto da saúde pública, refletindo a tentativa histórica de controle e normatização de identidades que escapam à cis-heteronormatividade. Esse processo é marcado por discursos biomédicos que patologizam vivências trans, travestis e não binárias, sustentando práticas institucionais excludentes. OBJETIVO: analisar criticamente a medicalização de corpos dissidentes no âmbito da saúde pública, compreendendo-a como uma estratégia de normalização e controle social. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão narrativa de literatura, de abordagem qualitativa, com base em sete documentos selecionados entre 2017 e 2025. Foram incluídos artigos científicos, dissertações e documentos institucionais que discutem saúde, gênero e medicalização. A análise de conteúdo temática foi utilizada como técnica de interpretação dos dados. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os achados evidenciam que, embora existam marcos legais voltados à saúde LGBTQIA+, como a Política Nacional de Saúde Integral LGBT, a prática cotidiana permanece orientada por dispositivos de controle e exclusão. A patologização de identidades dissidentes reforça a cisgeneridade como norma e legitima a institucionalização de terapêuticas corretivas, dificultando o acesso ao cuidado integral. Documentos analisados apontam também movimentos de resistência e a necessidade de reformulação das práticas formativas e assistenciais em saúd. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que a medicalização atua como instrumento de poder que legitima a exclusão de corpos dissidentes, demandando políticas públicas efetivas, formação crítica de profissionais e escuta ativa nos serviços. A pesquisa contribui para a reflexão crítica sobre a saúde pública como campo de disputas e aponta caminhos para uma prática mais ética, inclusiva e comprometida com os direitos humanos.

Autor(es): Mauricio do Couto Guerreiro ; Luan Cruz Barreto ; Thais Fernanda Pimenta ; Naiara Gomes Bertani ; Tainara Leite Bruno ; Alexandre Maslinkiewicz; Andres Santiago Quizhpi Lopez ; Edelino Alves dos Santos ; Flávio Júnior Barbosa Figueiredo
Nº de Capítulo 26
ISBN 978-65-985994-1-6
DOI 10.71248/9786598599416-26
Publicado em: 10/07/2025
Download: 25

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