Resumo:

INTRODUÇÃO: A persistência das desigualdades raciais no sistema de saúde brasileiro evidencia a necessidade de uma formação profissional pautada na educação antirracista, especialmente na saúde pública, que historicamente reflete estruturas excludentes e discriminatórias. OBJETIVO: Analisar os reflexos da educação antirracista na formação em saúde pública e sua influência na qualidade da atenção prestada ao usuário negro. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, do tipo revisão narrativa da literatura, realizada a partir da seleção e análise de oito artigos científicos disponíveis em bases reconhecidas, como SciELO, BVS e Google Acadêmico. Foram considerados critérios de inclusão como publicações entre 2018 e 2025, em português, inglês ou espanhol, com acesso gratuito e que tratassem da temática em questão. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os achados apontam que a formação em saúde pública ainda apresenta lacunas significativas na abordagem das questões étnico-raciais, havendo resistência institucional para integrar conteúdos que enfrentem o racismo estrutural. Por outro lado, iniciativas baseadas no letramento racial e na promoção de currículos inclusivos revelaram potencial transformador, ampliando a sensibilidade e a qualidade do cuidado ofertado a usuários negros. A atuação da enfermagem se destaca como eixo central na construção de práticas equitativas e acolhedoras. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que a educação antirracista é essencial para uma formação crítica e transformadora, mas sua efetivação exige compromisso institucional, revisão curricular e políticas de apoio a discentes e docentes. A pesquisa contribui para o fortalecimento do debate acadêmico e social sobre equidade em saúde, mas reconhece como limitações o enfoque exclusivamente bibliográfico e a ausência de dados empíricos. Sugere-se que estudos futuros explorem experiências práticas e indicadores de impacto da formação antirracista nos serviços de saúde.