INTRODUÇÃO: infecção congênita por citomegalovírus (CMV) é considerada a principal causa viral de sequelas neurossensoriais e neurocognitivas em recém-nascidos, sendo muitas vezes subdiagnosticada e negligenciada pelas políticas públicas de saúde. OBJETIVO: analisar os impactos da infecção congênita por citomegalovírus no desenvolvimento infantil e identificar as principais estratégias de prevenção descritas na literatura científica recente, promovendo subsídios para o fortalecimento das políticas públicas de saúde materno-infantil. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada por meio da análise de artigos científicos extraídos de bases de dados como SciELO, PubMed e Google Acadêmico. Foram utilizados critérios de inclusão que consideraram estudos publicados entre 2018 e 2025. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A infecção por CMV mostrou-se associada a múltiplas consequências, como perda auditiva neurossensorial, atraso no desenvolvimento motor e cognitivo, e risco aumentado para transtornos do espectro autista. Evidenciou-se, ainda, a escassez de programas sistemáticos de triagem neonatal para CMV, a carência de diretrizes clínicas padronizadas no contexto brasileiro e a baixa capacitação dos profissionais de saúde sobre o tema. A literatura aponta a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento longitudinal, além da incorporação da testagem para CMV nas estratégias de saúde materno-infantil. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A infecção congênita por CMV representa um desafio significativo para a saúde pública e exige maior atenção por parte dos sistemas de saúde. A ampliação das ações preventivas, a capacitação dos profissionais da atenção primária e a implementação de políticas voltadas à triagem e ao acompanhamento das crianças infectadas são medidas essenciais para mitigar seus impactos. O estudo reforça a necessidade de pesquisas adicionais e de uma abordagem intersetorial para enfrentar os desafios impostos por essa condição.