Resumo:

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) representa um desafio clínico significativo devido à sua complexidade diagnóstica, heterogeneidade fenotípica e ausência de marcadores biológicos objetivos. Este capítulo aborda a evolução histórica dos critérios diagnósticos, destacando a transição para uma abordagem dimensional promovida pelo DSM-5 e pela CID-11, e reforça a importância de um processo diagnóstico multidisciplinar. A análise evidencia que o diagnóstico precoce, aliado a intervenções intensivas baseadas em evidências, pode alterar significativamente o prognóstico dos indivíduos com TEA. Questões relacionadas ao subdiagnóstico em meninas, às comorbidades frequentes e à necessidade de instrumentos mais sensíveis para identificação precoce são amplamente discutidas. Além disso, enfatiza-se a necessidade de uma abordagem holística que integre fatores clínicos, contextuais, familiares e socioculturais. Conclui-se que o futuro do diagnóstico e cuidado em TEA exige formação especializada, tecnologias inovadoras e políticas públicas que garantam equidade e qualidade de vida às pessoas no espectro autista.