Resumo:

INTRODUÇÃO: O avanço das ciências genômicas tem proporcionado novas compreensões sobre os fatores biológicos que regulam as emoções humanas e contribuem para o surgimento de transtornos psiquiátricos. A identificação de variantes genéticas relacionadas ao funcionamento cerebral tem ampliado o entendimento sobre a origem multifatorial das doenças mentais, revelando que fatores genéticos, epigenéticos e ambientais interagem de forma complexa para modular o comportamento e a saúde mental. OBJETIVO: Reunir e analisar criticamente a produção científica disponível sobre a influência do genoma nas emoções e nos transtornos psiquiátricos. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, com abordagem qualitativa, baseada em estudos publicados entre 2018 e 2025, nas bases SciELO, PubMed, Google Acadêmico, LILACS e BVS. Foram incluídos artigos gratuitos em português, inglês e espanhol, que abordassem a relação entre genoma, emoções e saúde mental. A seleção se deu em três etapas: títulos, resumos e leitura integral. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram incluídos 08 estudos que abordaram temas como metilação do DNA, influência de polimorfismos genéticos nos transtornos depressivos, bipolares, TDAH, esquizofrenia e psicopatia. Evidenciou-se a importância de mecanismos epigenéticos como reguladores da expressão gênica diante de estressores ambientais. Neuroimagem e farmacogenômica emergem como ferramentas promissoras para diagnósticos e tratamentos personalizados. Estudos também apontaram desafios éticos e limitações metodológicas nas pesquisas genéticas em psiquiatria. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que a influência do genoma nos processos emocionais e psiquiátricos é multifatorial e complexa, exigindo abordagens interdisciplinares que considerem fatores biológicos e psicossociais. A genética contribui para uma psiquiatria mais humanizada, ética e baseada em evidências, embora ainda haja necessidade de novos estudos com maior representatividade populacional.