Resumo:

INTRODUÇÃO: A modulação sensorial influencia diretamente o desenvolvimento infantil, especialmente em crianças neurodivergentes, como aquelas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), cujas alterações no processamento sensorial impactam o comportamento adaptativo. OBJETIVO: Analisar os efeitos da modulação sensorial sobre o comportamento adaptativo em crianças neurodivergentes, destacando as principais abordagens terapêuticas utilizadas. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, conduzida com base na estratégia PICo, com recorte temporal entre 2019 e 2024. A busca foi realizada nas bases PubMed e Scopus, com os descritores "Sensory Modulation", "Adaptive Behavior" e "Neurodivergent Children". Foram incluídos 12 estudos após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os estudos analisados evidenciam que disfunções na modulação sensorial estão associadas a dificuldades emocionais, motoras e comportamentais, com variações conforme o transtorno e contexto clínico. Intervenções específicas, como a Terapia de Integração Sensorial, demonstraram efeitos positivos, ainda que comparáveis às terapias ocupacionais convencionais. Condições genéticas, como deleções cromossômicas e neurofibromatose tipo 1, também se mostraram influentes na intensidade dos sintomas sensoriais e suas repercussões comportamentais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A modulação sensorial mostra-se um componente essencial na compreensão e manejo das dificuldades adaptativas em crianças neurodivergentes. A personalização das intervenções e o reconhecimento da diversidade sensorial são cruciais para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas eficazes e para a formulação de políticas públicas de saúde infantil.