Resumo:

INTRODUÇÃO: A equidade no acesso e no cuidado integral à saúde é um princípio essencial para a promoção dos direitos humanos e para a construção de sociedades mais justas. Entretanto, mulheres indígenas e negras enfrentam desafios significativos para acessar serviços de saúde de qualidade, sendo impactadas por barreiras estruturais e discriminação institucional. OBJETIVO: Analisar as principais barreiras enfrentadas por mulheres indígenas e negras no acesso e na qualidade dos serviços de saúde, bem como identificar e discutir estratégias que possam promover cuidados culturalmente seguros e equitativos. MÉTODO: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, realizada em bases de dados como PubMed, SciELO, Scopus e Web of Science, com utilização de descritores relacionados à saúde da mulher indígena e negra, equidade em saúde e discriminação em serviços de saúde. Foram considerados estudos publicados entre 2015 e 2024, em português, inglês ou espanhol. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados nove estudos para análise qualitativa. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados evidenciam que as principais barreiras enfrentadas incluem a discriminação nos serviços de saúde, manifestada por negligência e desconsideração cultural, além de barreiras estruturais como distância geográfica, custos elevados e acesso limitado à informação. Estratégias como a promoção de cuidados culturalmente seguros, formação de parcerias com líderes comunitários, ações educativas e o empoderamento das comunidades foram identificadas como fundamentais para a mitigação dessas barreiras. CONCLUSÃO: A superação dos desafios enfrentados por mulheres indígenas e negras requer estratégias integradas, que abordem tanto as barreiras estruturais quanto a discriminação institucional. A adoção de políticas públicas inclusivas, que reconheçam a diversidade cultural e promovam o empoderamento comunitário, é essencial para a construção de um sistema de saúde mais justo e equitativo.