Resumo:

Introdução: A Atenção Primária à Saúde (APS) é considerada uma das principais estratégias do Sistema Único de Saúde (SUS) para promover a equidade e enfrentar as desigualdades em saúde no Brasil. Ao atuar como porta de entrada preferencial ao sistema e ao organizar o cuidado de forma contínua e integrada, a APS tem um papel central na mitigação dos efeitos dos determinantes sociais da saúde, sobretudo em comunidades vulneráveis. Objetivo: Este estudo teve como objetivo analisar a relevância da APS no enfrentamento das desigualdades em saúde, identificando desafios e estratégias para o seu fortalecimento no contexto brasileiro. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, conduzida entre novembro de 2024 e janeiro de 2025, com busca em bases de dados nacionais e internacionais, incluindo SciELO, PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram utilizados os descritores "Atenção Primária à Saúde", "Desigualdades em Saúde", "Sistema Único de Saúde" e "Determinantes Sociais", combinados por operadores booleanos. Dez estudos publicados entre 2018 e 2024 foram selecionados e analisados qualitativamente, organizando os resultados em três eixos temáticos: determinantes sociais, organização dos serviços e estratégias de fortalecimento da APS. Resultados e Discussão: Os resultados apontaram que a APS apresenta potencial para reduzir as desigualdades em saúde, ao promover ações integradas e intersetoriais focadas na prevenção e promoção da saúde. Contudo, fragilidades estruturais, como o subfinanciamento crônico do SUS, a descontinuidade de ações e a insuficiência de profissionais em algumas regiões, ainda limitam a capacidade resolutiva da APS, principalmente em territórios mais vulneráveis. Considerações Finais: Conclui-se que, embora a APS tenha potencial para ser um instrumento de justiça social, seu fortalecimento depende de uma abordagem integrada e sustentável, capaz de garantir o acesso equitativo e integral aos serviços de saúde.