Resumo:

Introdução: A participação social no Sistema Único de Saúde (SUS) é um princípio fundamental das políticas públicas de saúde no Brasil, viabilizando espaços de deliberação e acompanhamento da gestão pública por meio dos Conselhos e Conferências de Saúde. No entanto, a efetividade dessas instâncias ainda enfrenta desafios relacionados à capacitação dos conselheiros, à baixa representatividade de determinados grupos e à assimetria informacional entre os atores envolvidos. Metodologia: O estudo adota uma abordagem qualitativa, por meio de revisão narrativa da literatura. Foram consultadas as bases SciELO, PubMed, LILACS e BVS, utilizando descritores controlados e operadores booleanos. Após a triagem inicial de 312 artigos, aplicando critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 21 estudos para análise detalhada. Resultados e Discussão: Os achados evidenciaram que a participação social no SUS tem impacto direto na formulação e execução das políticas públicas, promovendo maior transparência e legitimidade às decisões. No entanto, foram identificados desafios como a falta de infraestrutura para os Conselhos de Saúde, a limitada mobilização da população e a desigualdade na distribuição de informações. Iniciativas comunitárias e movimentos sociais emergem como estratégias eficazes para fortalecer o controle social e ampliar o engajamento da sociedade. Considerações Finais: A pesquisa conclui que, embora a participação social seja um pilar essencial da governança democrática do SUS, sua implementação efetiva depende da qualificação dos conselheiros, da descentralização dos espaços de participação e do fortalecimento das redes comunitárias. Recomenda-se a ampliação dos investimentos em educação popular em saúde e na adoção de tecnologias que facilitem a comunicação entre gestores e cidadãos, garantindo maior inclusão e eficiência no controle social da saúde pública.